Camila Santos, de São Paulo (SP)
O cultivo de camarões foi uma das pautas do V Workshop CBNA sobre Nutrição em Aquacultura, realizado nesta segunda-feira (13), no Distrito Anhembi, em São Paulo (SP), Alberto Nunes, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), apresentou a palestra “Inovações Tecnológicas na Nutrição e Alimentação de Camarão Marinho para uma Indústria Sustentável”. O especialista abordou os avanços na cadeia produtiva do camarão, com foco em sustentabilidade, uso racional de recursos e desafios sanitários enfrentados pelo setor ao longo das décadas.
Nunes iniciou sua fala contextualizando a produção global aquícola, com destaque para a intensificação no uso de rações industrializadas, especialmente para peixes e camarões. Segundo ele, a atividade no Brasil passou por ciclos distintos de crescimento, com um grande impulso a partir dos anos 2000. “Hoje, a produção é mais baseada na expansão de áreas interiores, utilizando terras improdutivas e água de poço, com salinidade controlada. É um modelo mais sustentável, que reduz o impacto ambiental e se adapta às condições locais”, explicoa.
O professor destacou que, embora o Brasil produza majoritariamente para o mercado interno, a atividade de carcinicultura vem se fortalecendo. “Temos hoje entre seis e sete fabricantes nacionais de ração para camarão, com uma cadeia produtiva que tem se mostrado mais eficiente. As fazendas atuais são resultado de 40 anos de experiência, com ganhos expressivos em produtividade, mesmo operando com densidades mais baixas e foco na reciclagem de nutrientes e no uso de probióticos”, completa.

Sobre a nutrição, Nunes detalhou a segmentação de rações destinadas ao camarão marinho, desde dietas larvais até rações de engorda e terminação. Ele alertou para a dependência de produtos importados em estágios iniciais e ressaltou a importância de soluções funcionais para garantir qualidade e desempenho. “O desafio é combinar custo-benefício com formulações que atendam à saúde e ao crescimento do animal. É esse equilíbrio que vai definir o futuro da sustentabilidade na produção de camarão”, conclui.
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