São Paulo – A Bolsa fechou em baixa, chegou a oscilar entre a máxima de 138.719,09 pontos e a mínima de 136.814,52 pontos, com os investidores digerindo o comunicado duro do Comitê de Política Monetária (Copom) em que a Selic permanecerá alta por um período mais longo. O exterior também ficou no radar do mercado com o conflito no Oriente Médio. A queda das ações foi generalizada. Na semana, o Ibovespa caiu 0,07%.
As ações da Vale (VALE3) caíram 2,57%. Magazine Luiza (MGLU3) recuou 5,34%. Na ponta positiva, PetroRecôncavo (RECV3) subiu 1,34%.
O principal índice da B3 caiu 1,15%, aos 137.115,83 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto recuou 1,45%, aos 139.550 pontos. O giro financeiro foi de R$ 30,6 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam mistos.
Alexsandro Nishimura, economista e diretor da Nomos, disse que os investidores digerem os comunicados dos bancos centrais daqui e dos Estados Unidos e de olho nos movimentos externos.
“O aumento da Selic para 15% e o tom duro do comunicado do Copom derrubaram as expectativas de cortes em 2025, reforçando o cenário de juros elevados por um período prolongado. Como consequência natural, ações mais sensíveis ao ciclo econômico, como as de varejo e bancos, foram pressionadas. No exterior, além da indefinição sobre uma possível entrada dos EUA no conflito no Oriente Médio, houve o retorno das tensões comerciais com a China, após a sinalização de que Washington pode revogar isenções tecnológicas a fábricas chinesas. O cenário contribuiu para o aumento da aversão ao risco e para o recuo da bolsa brasileira”.
Gustavo Mendonça, especialista da Valor Investimentos, comentou sobre a decisão do Copom como positiva.
“A taxa de juros vai ficar alta por bastante tempo, se em um cenário a inflação seguir descontrolada vai voltar em altar juros, mercado vê isso como positivo. A tradução é que o BC está fazendo o que deve ser feito para combater a inflação, realmente o BC é independente”.
Armstrong Hashimoto, sócio e operador de renda variável da Venice Investimentos, disse que a decisão do Copom impacta na bolsa.
“Apesar do pregão com menos liquidez por conta da emenda do feriado, a Bolsa está refletindo a decisão do Copom. O mercado estava dividido, mas nos últimos dias a alta de 0,25 na Selic acabou fortalecendo mais. O mercado está precificando a perspectiva de que se os indicadores não melhorarem, pode ter novos ajustes na taxa. Não devemos ter corte de juros esse ano. Seguimos atentos ao conflito entre Irã e Israel, o que acaba replicando na bolsa do mundo todo”.
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,48%, cotado a R$ 5,5264. O movimento da moeda foi de correção, enquanto o mercado ainda digeria a alta de 0,25 ponto percentual (pp) da Selic (taxa básica de juros). Na semana, a moeda teve desvalorização de 0,26%.
Para o analista da Potenza Capital Bruno Komura, na sessão de hoje o que se observa é certa aversão ao risco: “Entendo que é um movimento pontual, mas no geral a tendência ainda é de um dólar mais fraco, na faixa dos R$ 5,50”.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam mistas. A sessão refletiu a elevação da Selic (taxa básica de juros) em 0,25 ponto percentual (pp), além do tom hawkish do Comitê de Política Monetária (Copom).
Por volta das 16h46 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,955% de 14,870% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,280%, de 14,250%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,565%, de 13,610%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,415% de 13,505% na mesma comparação.
No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo misto, enquanto os investidores avaliavam o rumo dos futuros cortes de juros pelo Federal Reserve e monitoravam os desdobramentos mais recentes no Oriente Médio.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: +0,08%, 42.206,82 pontos
Nasdaq 100: -0,51%, 19.447,41 pontos
S&P 500: -0,22%, 5.967,84 pontos
Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Agência Safras News
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