https://www.buobe.com/buobe.svg “Eleições Americanas influenciam nos Prêmios de Soja do Brasil”, afirma Biond Agro
Avicultura do Nordeste
Avicultura do Nordeste
aviculturadonordeste.com.br

“Eleições Americanas influenciam nos Prêmios de Soja do Brasil”, afirma Biond Agro

Brasil Pernambuco 31/10/2024

Possível reeleição de Donald Trump e uma nova guerra comercial com a China podem afetar os prêmios no mercado brasileiro de soja, que vive um cenário diferente de 2018


Com a proximidade das eleições americanas e a possível reeleição de Donald Trump, o mercado global de soja volta seus olhos para a tensão comercial entre os EUA e a China. Em 2018, o Brasil foi amplamente beneficiado pela guerra tarifária entre essas duas potências, conquistando um protagonismo ainda maior nas exportações de soja para o gigante asiático. Hoje, com o Brasil consolidado como maior produtor e exportador mundial, o impacto de uma nova guerra comercial pode ser significativo, mas não tão intenso quanto no passado.


A partir de uma análise detalhada, especialistas da Biond Agro observam que o cenário de prêmios no mercado brasileiro será influenciado por fatores como a atual posição do Brasil como principal fornecedor de soja da China, uma potencial grande safra (164,8 milhões de toneladas segundo estimativa da própria consultoria), e a alta dependência das exportações para garantir a liquidez dos produtores. Mesmo que o Brasil siga em vantagem competitiva, os prêmios podem sofrer pressão devido à forte oferta e à barganha chinesa.


De acordo com Felipe Jordy, líder de inteligência e estratégia da Biond Agro, “diferentemente de 2018, o Brasil agora está em uma posição dominante no mercado. Mesmo com uma nova guerra comercial, o impacto dos prêmios será mais contido, pois a China já tem o Brasil como principal parceiro.”


Histórico de 2018 e Deslocamento da Demanda para o Brasil


Em 2018, a guerra comercial entre os EUA e a China, desencadeada pela imposição de tarifas sobre produtos agrícolas americanos, causou um deslocamento drástico da demanda de soja chinesa para o Brasil. Na época, os prêmios nos portos brasileiros dispararam ao superar mais de US$2,5 por saca, impulsionados pela alta demanda.


Esse movimento foi benéfico para o Brasil, que se estabeleceu como um fornecedor alternativo e de confiança. “A situação de 2018 foi um verdadeiro divisor de águas para o mercado de soja brasileiro, que soube aproveitar a oportunidade para se consolidar como principal exportador global”, afirma Felipe Jordy.


Cenário Atual: Brasil como Maior Fornecedor Global


No contexto atual, o Brasil não é mais uma alternativa à soja americana; ele é o maior fornecedor mundial, especialmente para a China. Essa mudança altera significativamente o impacto de uma nova guerra comercial. Como o Brasil já é a origem primária das compras chinesas, a alta dos prêmios, caso haja um novo confronto tarifário, não deve ser tão intensa quanto em 2018.


Além disso, a menor competição americana devido a uma disputa prolongada fortaleceria ainda mais a posição brasileira no mercado global de soja. “A vantagem competitiva do Brasil como maior produtor já é clara. No entanto, é preciso estar atento à dinâmica com a China, pois seu poder de barganha pode limitar a valorização dos prêmios”, alerta Felipe.


Desafios com a Safra Recorde e Dependência das Exportações


Por ora, a safra 2024/25 no Brasil tem previsão de ser uma das maiores da história, o que traz desafios importantes. Segundo uma estimativa da própria consultoria da Biond, a safra deverá atingir 164,8 milhões de toneladas. Com cerca de 60% a 65% da produção destinada à exportação, o país depende fortemente das vendas externas para garantir a liquidez dos produtores. Caso o consumo chinês não absorva essa produção, os prêmios podem sofrer uma pressão negativa, especialmente nos períodos de colheita.


A alta dependência das exportações coloca o Brasil em uma posição vulnerável frente à barganha chinesa. Com uma grande oferta de soja disponível, a China pode negociar prêmios mais baixos, impactando diretamente a rentabilidade dos produtores brasileiros. “Uma safra recorde, somada ao poder de barganha da China, cria um cenário desafiador para os prêmios brasileiros. A oferta elevada pode acabar limitando a valorização esperada por um novo capítulo de guerra comercial”.


Perspectivas para os Prêmios de Soja


Com uma nova guerra comercial no horizonte, o Brasil pode se beneficiar, mas os prêmios devem sofrer menos valorização em comparação com 2018. O país já ocupa uma posição dominante no mercado, o que diminui o espaço para um deslocamento significativo de demanda. Além disso, uma safra abundante pressiona ainda mais o mercado, exigindo negociações estratégicas com os compradores chineses.


A formação dos prêmios dependerá, em grande parte, das negociações entre Brasil e China e da capacidade logística de escoamento da produção. Gargalos logísticos e a necessidade de armazenagem podem agravar a pressão sobre os preços, tornando o cenário ainda mais desafiador para os produtores brasileiros.


“A possível reeleição de Donald Trump e um novo capítulo da guerra comercial deve afetar o mercado de soja brasileiro de forma menos intensa do que em 2018. No entanto, o Brasil precisa equilibrar sua dependência das exportações com a forte demanda chinesa para evitar quedas acentuadas nos prêmios, especialmente diante de uma grande safra”, finaliza Jordy.


Sobre a Biond Agro


Empresa especializada em gestão e comercialização de grãos para o produtor brasileiro. Compreendendo os números e especificidades do negócio e como interagir com os mercados. A Biond Agro desenha estratégias de comercialização e execução de negócios, profissionalizando a gestão de riscos para tornar o agronegócio sustentável no longo prazo. Saiba mais em https://www.biondagro.com/ 



FONTE: Assessoria de imprensa