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Controle químico de Frankliniella schultzei em soja

Brasil 14/2/2025

Em anos secos, com o predomínio da estiagem, a incidência de tripes aumenta em soja. As principais espécies de expressão econômica são a espécie Frankliniella occidentalis, a Frankliniella schultzei e a Caliothrips sp. Os danos variam em função da espécie e densidade populacional da praga, podendo alcançar níveis de redução de produtividade de até 25% e/ou até 10 sacas por hectare (Zanattan; Nunes; Madaloz, 2023).


Dentre as espécies citadas anteriormente, uma das espécies com maior participação em lavouras de soja é a Frankliniella schultzei (figura 1). Além de causar danos diretos a soja, reduzindo a capacidade fotossintética da planta, os tripes atuam como vetores do vírus causador da doença “Queima-do-broto”. Os danos causados ​​pela transmissão desse vírus podem acarretar sérios prejuízos à cultura da soja.


Figura 1. Figura 1. Tripes adulto de Frankliniella schultzei.

Fonte: Cavalleri et al.

Considerando o impacto direto e indireto da ocorrência de tripes em soja, o controle eficiente dessa praga em lavouras comerciais é fundamental para assegurar a manutenção do potencial produtivo da soja. Dentre as ferramentas de manejo mais eficientes para esse controle, destaca-se o controle químico com o emprego de inseticidas registrados para a cultura.


Contudo, para um controle eficiente, mesmo se tratando do controle químico, é fundamental atentar para o posicionamento dos inseticidas na cultura, atuando de forma assertiva na escolha do inseticida. Para tanto, é necessário conhecer a eficiência dos inseticidas para o controle dos tripes em soja.


Em específico para a espécie Frankliniella schultzei, a eficiência de diferentes inseticidas no controle dessa praga foi avaliada em um estudo conduzido pela CCGL durante a safra 2022/2023, no município de Cruz Alta, RS. As aplicações de inseticidas foram realizadas nos estádios V1, V2 e V3, utilizando-se pulverizador costal pressurizado a CO2, com volume de calda de 150 L ha-1.


Os resultados obtidos no presente estudo expressam a eficiência de controle do tripes aos 2, 5 e 7 dias após as aplicações. Os melhores resultados obtidos demonstram que a maioria dos tratamentos analisados apresentaram controle elevado aos 2 dias após a aplicação (superior a 60%), contudo, observou-se que no geral, a  eficiência de controle do tripes Frankliniella schultzei declina a medida em que há o aumento do período após a aplicação, o que, pode sugerir a necessidade de reaplicações para o controle da praga, principalmente se tratando de elevas infestações.


Figura 1. Eficiência de inseticidas químicos e biológicos no controle de Frankliniella schultzei na cultura de soja. CCGL – Cruz Alta/RS, safra 2022/2023.

*Produtos na dose de ml/ha. Médias seguidas pela mesma letra em cada avaliação não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).
Fonte: CCGL (2023)

Em suma, o estudo conduzido pela CCGL demonstrou que, para o controle químico do tripes, espécie Frankliniella schultzei, independentemente do inseticida empregado, a ocorrência de elevadas populações de tripes remetem à necessidade de aplicações com intervalos curtos (7 a 10 dias), sendo que, para as condições do presente estudo, o maior controle aos 7 dias após a aplicação foi obtido com Intrepid Edge, Exalt, Polytrin e Perito + Abamex.



Referências:

CCGL. EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS NO CONTROLE DE TRIPES (Frankliniella schultzei) NA CULTURA DE SOJA. CCGL Pesquisa e Tecnologia, Verão 2022/2023, 2023.


ZANATTA, F.; NUNES, M.; MADALOZ, J. OCORRENCIA DE TRIPES NAS CULTURAS DE SOJA E MILHO. PIONNER AGRONOMIA, CROP FOCUS, 2023. Disponível em: < https://www.pioneer.com/content/dam/dpagco/pioneer/la/br/pt/files/Crop_focus_ocorrncia_de_tripes_em_soja_e_milho.pdf >, acesso em: 11/02/2025.



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