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Bolsa fecha em queda por ajuste técnico, em pregão morno, e reage a balanços; dólar sobe

São Paulo -A Bolsa fechou em queda por ajuste técnico, após bater recorde histórico na véspera, chegou a tocar no patamar dos 139 mil pontos, mas encerrou na marca dos 138 mil pts em um pregão morno, com agenda fraca de indicadores e reagindo aos resultados do primeiro trimestre de 2025. As commodities caíram e a Azul tombou.


Os investidores ficam à espera de mais balanços corporativos após o fechamento como Eletrobras. O mercado também fica na expectativa par a divulgação dos dados de inflação ao produtor (PPI, sigla em inglês) amanhã (15).


As ações da JBS (JBSS3) caíram 3,67%, após o resultado da companhia do 1T25. A companhia registrou lucro líquido consolidado da JBS subiu 77,6% no primeiro trimestre de 2025, totalizando R$ 2,9 bilhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado consolidado foi de R$ 8,9 bilhões, alta de 38,9% na comparação anual, enquanto a margem Ebitda alcançou 7,8%, um aumento de 60 pontos-base em relação ao ano anterior.


A Azul também divulgou os números do 1T25 e as ações despencaram 16,08%. A companhia registrou lucro líquido de R$ 783,1 milhões no 1T25, revertendo o prejuízo de R$ 1,1 bilhão em igual período do ano passado. O lucro ajustado da empresa apontou prejuízo de R$ 1,8 bilhão, alta de 460,4% em relação ao mesmo período de 2024. O Ebtida caiu 2,1% na comparação anual atingindo R$ 1,3 bilhão.


Na ponta positiva, o destaque ficou para Natura (NTCO3) com alta de 7,10%. Petrobras (PETR3 e PETR4) perdia 0,64% e 0,68%. Vale (VALE3) caía 0,48%.


O principal índice da B3 caiu 0,38%, aos 138.422,84 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho perdeu 0,32%, aos 140.070 pontos. O giro financeiro foi de R$ 23,9 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam mistos.


Um analista do mercado financeiro disse que “depois das máximas históricas ontem, a Bolsa realiza lucros e alguns ativos também; Azul cai forte. Com a agenda esvaziada na sessão de hoje, o investidor olha para os balanços. Após o fechamento tem Eletrobras. Philip Jeferson, dirigente do Fed, manteve cautela em relação às tarifas comerciais. Amanhã tem PPI [índice de inflação ao produtor], e vai ganhar atenção do mercado”.


Marcelo Boragini, especialista em renda variável da Davos Investimentos, disse que o Ibovespa tem ajuste técnico na sessão de hoje, após ganhos da véspera, digere balanços.


“Hoje, os mercados vivem uma certa ressaca após os fortes ganhos no pregão de ontem, quando o Ibovespa fechou em 138.963 pontos, patamar mais alto da série histórica do Ibovespa. Diante de uma agenda vazia, tem sim espaço para uma realização, que é saudável para o mercado. O mercado continua monitorando os acordos de investimentos comerciais do presidente Donald Trump. Amanhã, a agenda é mais cheia com PIB anual do Reino Unido, núcleo de vendas no varejo mensal nos Estados Unidos e o índice de preços ao produtor americano [PPI, sigla em inglês], que pode trazer alguma volatilidade para o mercado”.


Boragini disse que em relação aos balanços corporativos, o o grande destaque fica para as ações da JBS.


“Apesar de ser um resultado forte, com crescimento de 77% no lucro líquido em relação ao mesmo período do ano passado, o mercado se sentiu um pouco desconfortável com relação às perspectivas de margem. A pressão desse crescimento do lucro, a margem EBITDA ajustada ficou em quase 8% abaixo das expectativas do mercado. O setor de proteínas está pressionado. O mercado de carnes enfrenta desafios com custos elevados e demanda global instável. Esse ativo [JBS] teve uma forte alta nos últimos meses, então se trata de uma realização de lucro”.


No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,46%, cotado a R$ 5,6325. A sessão foi marcada pela agenda esvaziada e a moeda passou a maior parte da quarta-feira próxima ao zero.


Para a economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, “o mercado está em compasso de espera por dados dos Estado Unidos”.


Quartaroli acredita que o dólar tem espaço para cair mais, especialmente se as negociações comerciais entre China e Estados Unidos mostrarem avanço.


Segundo o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, as incertezas sobre as relações comerciais globais já estão contratadas pelo mercado: “No curto prazo não devemos ter novidades”, explica.


Assim como o dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em alta. O movimento desta quarta acompanhou as Treasuries e as incertezas sobre o fiscal e a inflação.


Por volta das 16h39 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,810% de 14,780% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,125%, de 14,010%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,670%, de 13,515%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,650% de 13,510% na mesma comparação.


No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo misto, com o S&P ampliando o forte início de semana que colocou o índice em terreno positivo no ano.


Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:


Dow Jones: -0,21%, 42.051,06 pontos

Nasdaq 100: +0,72%, 19.146,81 pontos

S&P 500: +0,10%, 5.892,58 pontos


 


Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Safras News


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