O milho (Zea mays L.) pertence à família das Poaceae, sendo uma espécie anual, estival, ereta, com baixo afilhamento, monóica, classificada no grupo das plantas C4. De acordo com a Agro Advance Brasil (2023), são as quais utilizam a fotossíntese C4 como um mecanismo concentrado de carbono, diminuindo a fotorrespiração. Dessa maneira, em temperaturas elevadas são mais produtivas que plantas C3, e possuem ampla adaptação a diferentes condições de ambiente. Segundo a Central de Inteligência Agropecuária para Diagnósticos de Alta Precisão , a cultura tem como finalidade a utilização humana e animal, devido às elevadas qualidades nutricionais, já que contém quase todos os tipos de aminoácidos, faltando apenas lisina e triptófano.
Segundo a Redação Departamento de Economia e Inteligência de Mercados 333 América (2024), a produção mundial de milho para a safra 2023/24 é de 1.230,2 milhões de toneladas, um aumento de 6,3% em relação à safra anterior. Os Estados Unidos devem produzir 389,7 milhões de toneladas (+12,4%), enquanto a China terá uma colheita de 288,8 milhões de toneladas (+4,2%). O Brasil enfrentará uma queda de 5,8%, totalizando 129 milhões de toneladas, e a Argentina verá um aumento expressivo de 55,6%, alcançando 56 milhões de toneladas. As exportações globais devem crescer 12,3%, com destaque para os EUA como maiores exportadores. A China demandará 23 milhões de toneladas em importações (+22,9%), e os estoques finais mundiais aumentaram em 6%, com crescimento nos EUA e queda significativa no Brasil.
Os aspectos fisiológicos da planta de milho são fundamentais para compreender o desenvolvimento, o crescimento e as respostas da planta às condições ambientais. O ciclo de vida do milho começa com a germinação da semente, seguida pelo crescimento vegetativo e reprodutivo. Durante a germinação, a semente absorve água, o que desencadeia uma série de processos metabólicos, incluindo a ativação de enzimas e a síntese de proteínas. Este estágio é crítico para o estabelecimento inicial da planta.
O crescimento vegetativo do milho é marcado pelo desenvolvimento das folhas, caule e raízes. Durante esse período, a planta realiza fotossíntese para converter energia solar em carboidratos que servem como fonte de energia para seu crescimento.
Em uma pesquisa realizada pela Sementes Biomatrix (2014) , a cultura do milho exige grande quantidade de nutrientes para se desenvolver e produzir bem, mas o nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) são os macronutrientes de maior atenção durante a condução da lavoura.
Para determinar a quantidade de nutrientes necessários para garantir boas produtividades, o Manual de Calagem e Adubação para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (CQFS-RS/SC, 2016) indica que, para alcançar uma produção de 6,0 toneladas de milho por hectare (ou 100 sacas por hectare), a dose de manutenção deve incluir a aplicação de nitrogênio, variando entre 40 e 90 kg/ha, conforme a cultura anterior e o teor de matéria orgânica do solo. Além disso, recomenda-se a aplicação de 90 kg/ha de P2O5 e 60 kg/ha de K2O.
A recomendação de aplicação de nutrientes para o milho indica que o fósforo (P) e o potássio (K) devem ser aplicados, sempre que possível, na linha de semeadura. Para o nitrogênio (N), a prática ideal é dividir a aplicação: parte deve ser colocada na linha de semeadura e o restante em cobertura, podendo ser realizado em até duas aplicações. Essas diretrizes são essenciais para otimizar a nutrição da planta e garantir um bom desenvolvimento.
Além da adubação, é fundamental considerar o manejo fitossanitário. Um bom manejo fitossanitário envolve monitorar e controlar pragas e doenças que podem afetar a cultura do milho. A rotação de culturas, o uso de cultivares resistentes e a aplicação de defensivos agrícolas quando necessário são práticas que ajudam a manter a saúde das plantas e a produtividade das lavouras.
À medida que o milho entra na fase reprodutiva, ocorre a formação de estruturas reprodutivas, como espigas e grãos. Segundo a pesquisadora do IAC, Maria Elisa Ayres Guidetti Zagatto Paterniani (2014), o milho é uma espécie que apresenta cerca de 95% de fecundação cruzada, isto é, o pólen de uma planta vai para outra. A polinização natural, em geral, é efetuada pelo vento e pelas abelhas. ”Durante a polinização, as abelhas depositam grão de pólen nas bonecas, onde germina o tubo polínico, a fertilização, e vai até o ovário da planta, onde ocorre a fecundação, formando o embrião e o grão de milho” explica Maria. Assim, trinta dias após a polinização, já tem o milho verde e, após sessenta dias, faz-se a colheita do milho.
Portanto, por esses fatores a polinização é um evento crítico nessa fase, onde os grãos de pólen devem alcançar os estigmas das espigas para que ocorra a fertilização. Fatores como temperatura, umidade e polinizadores influenciam diretamente o sucesso da polinização. Além disso, aspectos atmosféricos, como umidade relativa do ar, temperaturas médias, máximas e mínimas, influenciam os processos fisiológicos das plantas, interferindo em cada subperíodo do ciclo, regulação hormonal, resposta ao estresse ambiental e adaptação à variação sazonal. Por isso, para buscar boas produtividades da cultura, é essencial que entendamos como o milho responde a diferentes condições climáticas e ambientais. Segundo a revista AgroLink (2020) o conhecimento das exigências térmicas, desde a semeadura até o seu ponto de maturidade fisiológica, é fundamental para a previsão do surgimento e duração dos estádios de desenvolvimento
Os aspectos fisiológicos da planta de milho abrangem processos biológicos que são fundamentais para o seu crescimento, desenvolvimento e produtividade. Compreender esses aspectos é crucial para otimizar as práticas agrícolas e promover o cultivo bem-sucedido do milho em diversas condições ambientais.
Sobre a autora: Tamara Trevisan – Acadêmica do 8° semestre de Agronomia- UFSM – Bolsista do grupo PET Agronomia – E-mail: trevisan.tamara@acad.ufsm.br
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