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Análise Ceema: Preços da soja em Chicago oscilam e fecham a quinta-feira a US$ 9,91/bushel

Brasil 13/9/2024

As cotações da soja, em Chicago, recuaram nesta semana, na expectativa do relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado nesta quinta-feira (12). Após o relatório, embora o mesmo tenha sido neutro, o fechamento, para o primeiro mês cotado, neste dia 12/09, acabou reagindo um pouco e ficou em US$ 9,91/bushel, após US$ 9,77 no dia 10/08 e US$ 10,08/bushel uma semana antes.



O relatório pouco mudou o cenário geral da nova safra de soja nos EUA. A produção local continuou prevista em 124 milhões de toneladas, mais precisamente em 124,8 milhões, enquanto os estoques finais locais, para o ano 2024/25, registraram leve recuo, para 15 milhões de toneladas. No entanto, a produção mundial da oleaginosa foi aumentada para 429,2 milhões de toneladas, com os estoques finais mundiais passando a 134,6 milhões de toneladas. A produção brasileira foi mantida em 169 milhões de toneladas, enquanto a da Argentina permaneceu em 51 milhões. As importações chinesas de soja, neste novo ano comercial, foram mantidas em 109 milhões de toneladas. Com isso o preço médio ao produtor de soja, nos EUA, permanece projetado em US$ 10,80/bushel, contra US$ 12,50 no ano anterior.


Dito isso, no dia 08/09 as lavouras de soja estadunidense se mantinham em 65% entre boas a excelentes, contra 54% um ano antes. Outros 25% estavam regulares e 10% entre ruins e muito ruins.


Além disso, na semana encerrada em 05/09, os EUA venderam 1,6 milhão de toneladas da safra nova de soja, sendo a maior parte para a China. O volume ficou dentro do esperado pelo mercado. Em relação a safra velha, os EUA exportaram, até aquela data, um total de 45,4 milhões de toneladas, ficando este volume abaixo das mais de 53 milhões exportadas em igual momento do ano anterior.


Já na Argentina, os produtores locais de soja continuam apostando em maior plantio da oleaginosa do que de milho. A área de soja deverá alcançar, no vizinho país, 17,7 milhões de hectares, ou seja, 7,5% acima do registrado no ano anterior. Com isso, a colheita argentina poderá atingir entre 52 e 53 milhões de toneladas, isto é, acima do que o USDA vem indicando. E a área de milho vem sendo reduzida devido à falta de chuvas e ao problema da cigarrinha. A mesma poderá ser 21% menor do que a registrada no ano anterior, atingindo a 8 milhões de hectares na Argentina, com a colheita podendo chegar entre 51 e 52 milhões de toneladas.


E pelo lado da demanda, a China importou 12,1 milhões de toneladas de soja em agosto, com os compradores locais aproveitando os preços mais baixos. O volume importado supera em 29% o adquirido um ano atrás. Mas o aumento se deve ao fato de que navios tiveram o desembaraço alfandegário atrasado no mês anterior, sendo liberados em agosto. Assim, no total dos oito primeiros meses do corrente ano a China importou 70,5 milhões de toneladas de soja, com aumento de 2,8% sobre o mesmo período do ano anterior. Por outro lado, embora os estoques chineses de soja e farelo de soja tenham diminuído um pouco, os mesmos continuam altos por lá. (cf. Reuters).


E no Brasil os preços se mantiveram relativamente estáveis na semana, diante de um câmbio que voltou a registrar uma pequena desvalorização do Real, com a moeda brasileira chegando um pouco acima de R$ 5,60 por dólar novamente. Assim, o preço médio no Rio Grande do Sul fechou a semana em R$ 123,20/saco, com as principais praças oscilando entre R$ 121,00 e R$ 122,00/saco. Nas demais regiões brasileiras, os preços giraram entre R$ 119,00 e R$ 130,00/saco.



Dito isso, a exportação de soja por parte do Brasil, na primeira semana de setembro, atingiu a 270.400 toneladas na média diária, ficando a mesma 15,5% abaixo do registrado em todo o mês de setembro de 2023. Já a exportação de milho, no mesmo período, atingiu a média diária de 311.600 toneladas, com 28,7% abaixo do registrado em todo o mês de setembro do ano passado.


Por sua vez, a comercialização antecipada da nova safra brasileira 2024/25 atingiu a 22,5% do volume esperado, contra 17,9% em igual momento do ano anterior. A média histórica é de 26,4% nesta época do ano. Já a comercialização da safra velha chegou a 82,2% da produção total, contra 79,8% no mesmo período do ano passado. (cf. Safras & Mercado).


Especificamente no Mato Grosso, as vendas antecipadas de soja atingem a 30,4% da colheita esperada para 2024/25, contra a média histórica de 36,4% para a época. A média do preço futuro, naquele Estado, recuou para R$ 107,20/saco, o que freou as vendas. O plantio neste Estado deve se iniciar neste mês de setembro, porém, o clima seco está atrapalhando o processo. Mesmo assim, se espera uma produção final estadual de 44 milhões de toneladas, ou seja, 12,8% acima do colhido na parcialmente frustrada safra anterior.


Enfim, a tendência é que o plantio da safra de soja, neste ano, venha a ser mais tardio no Brasil devido ao clima seco e às queimadas generalizadas em grande parte das regiões produtoras do país. Esta situação vem colaborando para segurar os preços da soja em Chicago nos atuais níveis.



Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹


1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).







 


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